segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Conversa com físicos

Um coelho percorre, a cada segundo,
metade da distância entre seu nariz
e um pé de alface.
O coelho consegue alcançar o pé de alface?

domingo, 17 de agosto de 2008

R//E//B//E//C//A

Rebeca espera. Pontualmente, acorda as crianças meia hora depois de também chamar o marido. Às seis, Rebeca já aguardava o retorno do pai das crianças. Ele sai às sete para o trabalho. As crianças precisam chegar cedo á escola. Não podem se atrasar. Imersa em seus pensamentos que repassavam as tarefas a cumprir naquele dia, ela volta à cozinha com o barulho dos meninos brigando para resolver quem iria sentar no lugar do pai. Ele saíra há alguns minutos. Rebeca o aguardava. Calculadamente, ela põe cada uma das crianças em seu lugar, servindo uma torrada, é lógico que a mãe já havia completado o salgado com o doce que cada uma mais gostava. Como não? Em quinze minutos eles se alimentam. Limpas com os guardanapos que haviam sido lavados no dia anterior àquele. É hora. Sai de casa. Cada uma de suas mãos guia um dos seus filhos. Ela se orienta muito bem. Bom dia, vizinha. A mesma conversa tinha início. Bom dia. Como crescem seus meninos.Obrigada, vão á escola agora. É, eu sei. Todos os dias o mesmos diálogos. Bom dia. Blá, blá, blá. Na porta do colégio, o mais velho corre ao encontro dos colegas de sala. Ajeita o cabelo do mais novo. Um beijo. Pronto. Na volta pára a fim de comprar alguma fruta fresca para o almoço. Espera agora o retorno de seus filhos. Continua esperando que seu marido regresse. Chegando em casa colocaria a casa em ordem e a preparia para o restante do dia dois filhos. Aprontaria o almoço. Tempo suficiente para chegar a hora de buscá-los. Era Rebeca. As crianças se alimentariam. Iria acompanhar seus deveres escolares, recomendados para se fazer em casa. No fim da tarde, coloca algum desenho animado para distraí-los, enquanto ela atentaria para o jantar a preparar.Termina e alguns minutos depois o marido chega para seu lar e para seus filhos. Jantam. Os meninos vão brincar na sala de visitas. O pai vê telejornal. Rebeca limpa a cozinha. Ele coloca os filhos na cama. Lê uma história. Simultaneamente ela recolhe os brinquedos espalhados pela sala. Dormiram. É hora do pai e da mãe. Eles vão descansar. O pai do trabalho. Rebeca de si.

Três


Não sou muito de escrever a respeito de filmes. Mas, nos últimos dias, três produções me encantaram. Desejo e Reparação, O caçador de Pipas (homônimo ao livro em que foi baseado) e Modigliani.
Nos dois primeiros filmes, os quais as fotos aí ao lado são de ótimas cenas respectivamente, destaco um ponto em comum: não é possível corrigir um erro. Desejo e Reparação, do diretor Joe Wright - 2007, nos traz isso em seu título, mensagem que é transmitida com a não realização de um amor devido a um erro, uma preciptação - O Caçador de Pipas (de Marc Foster - 2007) traz algo parecido, no entanto, a frustração ocorre em uma amizade que acaba sem que nem tenha sido bem vivida ( o subtítulo também confirma a afirmativa: Sempre há um jeito de reparar seus erros. Não concertá-los. Triste, mas verdadeiro.
O último, Modigliani (do diretor Mick Davis - 2004), conta a história desse pintor italiano
que sucumbiu diante dos prazeres que tanto explorava nessa vida. Passando-se na Paris de 1919, encanta, não é nem tanto pela intepretação de Andy Garcia, que é boa, como Amedeu Modigliani; mas fascina muito mais por Elsa Sylberstein, como Jeanne Hebuterne, esposa do pintor. A atriz inicia o filme com uma cena que já nos toca pelo seguinte texto denso, muito bem interpretado :
"Voce sabe o que é o amor?
O amor de verdade?
Você já amou tão profundamente que se condenou às profundezas do inferno?
Eu já."
Conflitante, emocionante (gente, é muito tocante). O filme mostra como foi atribulada a vida do pintor que tanto conflitou com Picasso que lhe foi uma tela - o artista cubista tem um quadro que elva o nome Modigliani. Algumas cenas merecem destaque, como a revelação de seu último quadro pintado, Jeanne. Não vou comentar muito, porque são filmes que valem muito a pena de se assistir, não de se ler ou ouvir histórias.

Obs.: A trilha sonora de Modigliani fica a cabo de músicas interpretadas pela francesa Edith Piaf que não precisa de comentários nem apresentações maiores.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Findando

Aperte a torneira para que não caia mais nenhuma gota.
Verifique se a porta está bem fechada.
Deu todas as voltas possíveis com a chave?
Sim?
Então coloque o cadeado nessa mesma porta.
Vá à janela e feche-a, tapando as frestas com minúsculos pedacinhos de papel.
Certifique-se também de que o basculante do banheiro está fechado.
Ou você quer que todos conheçam suas intimidades?
Seus jeitos e trejeitos?
Vede as tomadas para que ninguém se choque.
Ah, desligue o gás.
A única explosão esperada é a sua em si próprio.
Pronto.
Já pode começar.

Se vende

-Que tal?
-Não.
-Não?
(...)
-Lamento. E olhe que estamos em liquidação.
-Não vejo nenhuma garrafa que me sirva.
-Talvez o senhor não tenha procurado bem; observe mais atentamente, há de encontrar um para você.
-Dificilmente. Aqui pouco me será útil. Estão todas com alguma falta. Ou tampa, ou asa e umas outras coisas.
-Como assim? A garrafa completa?
-É.
-Meu senhor, desculpe, mas creio que entrou na loja errada.
-Como assim?
-Por que não a leva para dar seu jeito?
-Eu? Por que elas não podem vir inteiras? Se eu encontrar uma nessa bagunça...
-Porque não temos esse tipo de trabalho.

(...)

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Alegria

Silêncio! Vamos, vamos! Gargalhadas são ouvidas, misturadas ao som dos pulos. Eram risos tão intensos que não tinha como se sentir envolvido e acabar, também, rindo.
O telefone cai.
Calma. Silêncio!
Foi só um sonho.

domingo, 10 de agosto de 2008

Verbo gostar

Estava procurando algumas coisas que escrevi (e que aos poucos vou colocando aqui e também novas que eu escrever) acabei encontrando isso; data de uma semana antes do meu aniversário. Recomendo leitura ágil.


Já gostei de doces, como toda criança idiota. Gostava de pentear os cabelos de meu pai e de abraçar alguns tios que não vejo há tempo. Gostava de festas. Não gostava de rosa e nenhum pouco de vestidos. Mas aos oito anos TIVE UMA COLEÇÃO DE VINTE PEÇAS (eram todos uos modelos de uma revista que minha mãe havia comprado). Sempre gostei de bichos. Gostei muito de um gato preto chamado Xandó.
Obs.: Adoro gatos.

Gostava de jogar futebol na rua (isso explica meu pé pouco bonito).

Obs.: Aprecio eufemismos; nesse caso meu pé não é feio; é pouco bonito.
Não gostava de brincar de bonecas - tinha medo de ficar esquisofrênica e tola, como a Mayra, garota que tentava ser minha amiga e me arrastar para esse universo...fresco; a garota é tola, não tenho certeza quanto ao esquisofrênica. Gostava de ir à igreja. Gostava de ler, desde cedo em público. Não gostei de saber que não seria mais a caçula, mas gostei de meu irmão quando ele saiu da fase dependente. Por falar em dependência, não gostava quando arengavam com o mais velho. Gostava de me meter e defender os meus. Sempre gostei de ser deboxada.
Mainha diz que gosto de arrumar problema. Problemática, eu? Não, imagina. Aos onze anos não gostei de meu primeiro beijo e não gostei de ficar menstruada - dá trabalho no início. Nessa mesma idade, gostei de futebol. Gostava de ficar aos domingos com meu pai na sala gritando feito louca. Gosto do Vasco e do Santos. Gosto de jogo animado. Falando em animação, aos seis anos gostava de música sertaneja; mais ou menos aos oito gostava de pagode;aos onze gostei dos Backstreet Boys; aos treze me olhei no espelho e conheci melhor o Caetano(é o Veloso mesmo).
Aos treze gostei do mesmo menino que outras duas amigas minhas - saí fora pra não ser mais um urubu em cima daquela carniça. Comecei a gostar de Língua Portuguesa e aí cogitei Letras como meu curso universitário.
Obs.: já estou nele.
Professora Rita escrevia bem e admirava a chatice dela em sala. Por falar no português, gostava de pronunciar Splite e não Sprite - broca. Não gosto que se regule o modo como se fala.
Gostei do CEFET-Al, quando lá entrei. Gostei de uns cinco amigos que encontrei lá. Gostei de como mudei lá. Passei a gostar do silêncio, mas ainda gosto de falar - a verdade é que seleciono melhor os ouvidos. Gosto de ser sincera, desde menor. Gosto do Manuel Bandeira. Hoje, ainda gosto de futebol. Gosto e uso perfumes infantis. Tenho meu quarto cor-de-rosa.
Obs.: não entendo qual a parte de não gostar dessa cor meu pai não entendeu no dia da pintura.
Gosto de escrever sem nenhum porquê específico. Gosto muito de meu pai. não gosto de minhas tias(eu sei que elas não estavam na história, mas isso é um detalhe que pode serfacilmente descartado). Gosto de alugmas pessoas. Gosto de não fazer nada. Gosto de ficar em casa. Gosto de dizer não. Gosto de não ter que dizer nada.

sábado, 9 de agosto de 2008

Veio procurando?

Não. Você não vai encontrar textos(pricipalmente poemas) bem
elaborados. Não calculo o que escrevo. Faço de acordo com o modo como as coisas
me surgem; não corrijo e corrijo, até porque, se fizesse isso, iria pôr fim em
boa parte do escrevo.
Escrevo sobre recortes que me ficam na cabeça após conversas,
encontros, filmes, músicas...após nada. Olho para uma pedra e escrevo, se assim
me der na telha.
Obs.: pedras não me inspinram assim como a Drummond.